sexta-feira, 10 de abril de 2009

Como Lidar Com o Aluno Desatento

O déficit de atenção em sala de aula, conhecido por DA (déficit de atenção) é motivo de estudos de Edward M. Hallowell e John J. Ratey, do CH ADD National Office.
Uma tradução de 50 dicas para administrar o problema foi publicada pela revista Pró-Educação, em novembro de 1999. Acompanhe abaixo um resumo deste material:

50 dicas para administrar o DA (déficit de atenção)

01. Antes de tudo, tenha a certeza de que o problema é realmente DA. Elimine primeiro as hipóteses de problemas de audição e visão, ou outro problema médico, conversando com os pais e com a criança.

02. Prepare-se para suportar. Ser professor em uma sala de aula com duas ou três crianças com DA é cansativo. Busque apoio da escola e dos pais e tenha por perto um psicólogo, pedagogo, pediatra ou outro a quem consultar.

03. Um professor não é especialista em DA. Conheça seus limites e não hesite em pedir ajuda quando necessário.

04. Sozinho com a criança, conte a ela o que é DA e pergunte-lhe o que pode ajudar. As crianças são muito intuitivas e ela mesma poderá ter a resposta que procura. Sua opinião deve ser levada em conta, pois ela é quem mais sabe como aprende melhor ou não.

05. Faça listas. Elas precisam consultar o que estão fazendo para não se perderem, precisam ser lembradas, precisam de previsões e de repetições. Elas também necessitam de diretrizes e de limites.

06. Considere a parte emocional do aprendizado, pois a criança precisa de apoio especial para encontrar prazer na sala de aula. Domínio, ao invés de falhas e frustrações. Excitação, ao invés de tédio e medo.

07. Estabeleça regras fáceis e por escrito. A criança se sente segura sabendo o que é esperado dela.

08. Repita as diretrizes, fale sobre elas, repita outra vez. Pessoas com DA precisam ouvir as coisas mais vezes.
09. Olhe bem nos seus olhos. Isso a tirará do seu devaneio e também lhe dará segurança.

10. Coloque a criança sentada o mais próximo possível de você.

11. Estabeleça limites devagar, com calma, não de modo punitivo. Seja firme e fale pouco e honestamente.

12. Tente prever. Coloque o plano à vista da criança e avise-a de mudanças, se forem acontecer.

13. Ajude a criança a fazer sua programação para depois da aula, esforçando-se para evitar seu hábito de adiar as tarefas.

14. Elimine ou reduza a frequência dos testes de tempo, que não possibilitam à criança com DA mostrar o que sabe.

15. Propicie uma válvula de escape, deixando-a sair da sala por alguns minutos.

16. Busque a qualidade em vez das quantidades nos serviços de casa.

17. Monitore e dê à criança retornos sobre seu desempenho.

18. Dividir grandes tarefas em tarefas menores é uma das principais formas de ajudar a criança, nos casos de DA.

19. Permita-se brincar, divertir, ser extravagante. Crianças com DA adoram novidades e reagem com entusiasmo. Se se fizer de bobo, isso ajuda muito porque ela não o achará um chato.

20. Vá até certo ponto na estimulação, e não mais além. Prevenir é o melhor para se lidar com o caos na sala de aula.

21. Elogie, pois estas crianças já convivem com o fracasso. Elas adoram ser encorajadas e isso ajuda muito na auto-estima.

22. Trabalhe com a memória, ensinando coisas como rimas, lembretes, códigos fáceis de serem decorados e lembrados.

23. Use resumo, ensine resumido, sem profundidade. Isso dá à criança a sensação de domínio durante o processo de aprendizagem, e não a sensação de que aquilo tudo é desnecessário.

24. Avise antes sobre o que vai falar, então fale. Depois fale sobre o que falou. Crianças com DA aprendem melhor visualmente do que com voz, então escreva enquanto fala.

25. Dê instruções simples e opções simples, para prender a atenção.

26. Ensine-a a se auto-observar, fazendo perguntas: Você sabe o que fez? Como acha que poderia ter dito aquilo de outro jeito? O que acha que a garota sentiu quando você falou isso?

27. Mostre abertamente suas expectativas.

28. Muitas crianças com DA são pequenos empreendedores e respondem muito bem a recompensas e incentivos.

29. Elas são vistas como egocêntricas, quando na verdade não sabem como agir. Diga, por exemplo, "antes de contar a história, ouça a dos outros e olhe para a pessoa com quem estiver falando".

30. Aplique testes de habilidades.

31. Faça a criança se sentir envolvida nas coisas. Isso vai motivá-la bastante.

32. Separe pares ou trios de crianças que não se dão muito bem juntas.

33. Atente para a integração. Essas crianças precisam se sentir enturmadas, é quando elas se motivam.

34. Sempre que possível, devolva as responsabilidades à criança.

35. Experimente um caderno 'escola - casa - escola' para comunicação com os pais, que garante um retorno.

36. Tente utilizar relatórios diários de avaliação.

37. Incentive a auto-avaliação, inclusive nos intervalos e no fim da aula.

38. Prepare-se para imprevistos, o que pode evitar inquietações.

39. Elogie, seja firme, aprove, encoraje e seja amoroso.

40. Faça a criança escrever notas para si mesma, para lembrar depois.

41. Escrever à mão é muitas vezes difícil para essas crianças. Ensine-as, por exemplo, a usar teclados, faça ditados, aplique testes orais.

42. Seja como um maestro, tendo a atenção da orquestra antes de começar.

43. Sempre que possível, prepare para cada aluno um 'companheiro de estudo' para cada tema, se possível com o número do telefone.

44. Explique e dê o tratamento normal, evitando o estigma.

45. Reuna-se com os pais mais vezes e não apenas para resolver crises ou problemas.

46. Incentive a leitura em voz alta, em casa e na sala de aula. Faça a criança recontar histórias. Ajude-a falar por tópicos.

47. Repetir, repetir, repetir.

48. Exercícios físicos, ginásticas, um dos melhores tratamentos para DA, adultos ou crianças. Ajudam a liberar excesso de energia, ajudam na concentração da atenção. Assegure-se de que sejam divertidos.

49. É melhor que a criança já saiba o que vai ser discutido naquele dia.

50. Esteja atento às dicas do momento. Essas crianças são mais talentosas e artísticas do que parecem. São cheias de criatividade, alegria, espontaneidade e bom humor. Tendem a ser resistentes, sempre agarradas ao passado. São generosas de espírito, felizes em poder ajudar alguém e sempre têm algo de especial que engrandece as coisas com que estão envolvidas. Lembre-se de que no meio do barulho existe uma sinfonia, uma sinfonia que precisa ser escrita.


Fonte: Revista Pró-Educação, ano II, Edição 10, out/nov 1999, São Paulo- SP

2 comentários:

  1. Adorei as dicas!!
    Vou aplicá-las no meu filho. Ele tem 6 anos, está no 1º ano e quase todos os dias a professora diz que ele não copiou as atividades no caderno. Ele não se concentra. Em casa é a mesma coisa.

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  2. Esta otimo as dicas, somente que eu penso que hoje em dia os professores nao estao preparados para trabalhar com criancas desse tipo, porque na verdade eles nao sao hiperactivo, somente que sao sozinhos e cada vez mais sozinhos, porque os pais nao estao juntos e quase todas as criancas tem atividades o dia inteiro e ja nao nao mais criancas que brincam, isto é o que falta as criancas serem criancas para que se cansem estou segura que o que estou falando é a masi pura verdade

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